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Oficina Teatro de Animação na Educação
Teatro de Bonecos – Teatro de Máscara – Teatro de Objetos – Teatro com Bonecos

APRESENTAÇÃO

A formação de profissionais capacitados para o pleno exercício das praticas lúdicas na sala de aula (e fora dela) é hoje um dos maiores desafios dentro da educação. Não pode se pensar em orientação educacional de crianças sem antes haver orientação e preparo do adulto, agente de regência.

Sabe-se que os educandos estão cada vez mais exigentes, e parte dessa cobrança deve-se às circunstancias do mundo agitado em que se vive. A reciprocidade de exigências aplicadas cada vez mais cedo dentro do entorno da criança, tende a exprimir ou asfixiar cada segundo da sua infância; ao mesmo tempo em que a torna mais crítica. Os educandos de hoje só conseguem acreditar nos professores que participam, que se envolvem, que sabem transformar suas aulas em trabalho-jogo (seriedade e prazer) (ALMEIDA, 2003,p. 63). O educador escolhido pelos educandos é aquele que ensina como se fosse o irmão mais velho, abrindo espaço para debates e aproveitando cada situação como fonte de aprendizagem.

Isto todo se resume na figura do educador que despertando na criança paixão pelos estudos, sentirá prazer em procurar informações, materiais, cursos e conhecimentos específicos, com o fim de corresponder a esta criança intuitiva, produtora e alegre.

O Teatro de Bonecos, umas das vertentes mais conhecidas do Teatro de Animação, é uma maravilhosa modalidade de artes cênicas, difundida no mundo inteiro e que encontra no Nordeste Brasileiro algumas expressões bastante significativas, como o “Mamulengo” (Paraíba, Pernambuco e Alagoas). No Piauí, Maranhão e Ceará, o personagem mais conhecido é o Cassimiro Coco, que encanta e diverte o povo desde o século passado, quando os "botadores de cassimira" viajavam por trilhas empoeiradas nos lombos de burros, ou navegavam o Parnaíba apresentando-se nas comunidades ribeirinhas, fascinando adultos e crianças.

A Oficina “Teatro de Animação na Educação” pretende oferecer aos educadores, através de referenciais teóricos e experimentações práticas, um manancial de possibilidades lúdicas e interativas para a atuação em sala de aula, nas suas três vertentes: o Teatro de Bonecos, o Teatro de Máscara, o Teatro de Objetos e sua tendência mais contemporânea, o Teatro com Bonecos.  

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Parte I: Teatro de Animação, suas Vertentes e Tendências (Bonecos – Objetos – Máscaras)
10h
O que é Teatro de Animação
Características do Teatro de Animação
Classificação do Teatro de Animação no Universo das Artes
Bonecos, Objetos e Máscaras
História do Teatro de Animação
Os Títeres no Mundo Contemporâneo
Bonecos no Brasil
Tipos do Teatro de Animação

Parte II: O Uso Pedagógico do Teatro de Bonecos
10h
As Atividades Lúdicas
Influência das diferenças entre as Classes Sociais no processo de ludicidades educacionais
Teatro na Escola
Análise das Fases do Desenvolvimento da Criança e a Contribuição do Teatro de Animação
Crise Teatral Ligada ao Ensino de Idioma: E vice versa
Arte-educador Bonequeiro: Capacitação é preciso!

Parte III: Possibilidades Pedagógicas do Teatro de Bonecos
10h
Os Materiais
Personagens: Criação e Características
O Espaço Cênico
Composição de Textos de Teatro de Animação
Dramaturgia com Teatro de Animação

Festival Animado (culminância): Apresentação pública dos resultados da Oficina – 10h

Atividade Complementar: Elaborando um plano de aula ou reunião formativa com Teatro de Formas Animadas (não presencial, com assessoria do oficineiro via e-mail) – 20h

Carga Horária Total: 60 horas

METODOLOGIA UTILIZADA

Será utilizada de uma metodologia participativa que considera os saberes, práticas, habilidades e criatividades dos participantes. São oferecidos momentos de estudos e debates teóricos, intercalados por experimentações em grupos, em cada uma das três vertentes do Teatro de Animação (Bonecos – Objetos – Máscaras).

A Oficina é encerrada com um Festival Animado: apresentação pública dos resultados das oficinas em forma de pequenos espetáculos.

A conclusão da Oficina se dá através de uma etapa não presencial, com a elaboração, execução e avaliação de um plano de aula ou de reunião formativa com utilização pedagógica do Teatro de Animação. A emissão do certificado se dá após a comprovação desta atividade final.



pROPOSTA | Oficina:

Fuzuê – Oficina de Experimentação, Dramaturgia e Produção Teatral com Bonecos (Mamulengos)

OBJETIVOS:

OBJETIVO GERAL: Desencadear um processo de formação, experimentação e criação de espetáculo com Teatro de Bonecos com jovens e adultos, tendo como mote o Teatro Popular de Bonecos do Nordeste, na figura do “Mamulengo”[1] – considerado o representante brasileiro do Teatro de Animação Universal.

São OBJETIVOS ESPECÍFICOS, com seus respectivos RESULTADOS:

a) Realizar 01 (uma) oficina com formação teórica e prática com Teatro de Bonecos, incluindo a confecção de bonecos (tipo Mamulengo), as técnicas de Dramaturgia com Bonecos e a Produção Teatral nesta linguagem.

b) Montar coletivamente 01 (um) espetáculo de Teatro de Bonecos aberto ao público, com a aplicação prática dos saberes desenvolvidos durante a Oficina.

c) Espera-se ainda que o projeto renove a Cultura do Boneco, estimulando a formação de grupos teatrais nesta linguagem.

A Oficina é ousada por levar aos participantes uma proposta de interação estética do Mamulengo, típico do Nordeste Brasileiro, com a cultura local, cujo resultado será totalmente imprevisível. Os participantes serão assim amplamente estimulados a fazerem esta pesquisa, com resultado prático final inusitado na forma de um espetáculo.

METODOLOGIA:

O oficina será desenvolvida através de uma metodologia participativa, que valorize a criatividade e saberes dos participantes, priorizando a convivência grupal, a criação e o fortalecimento de vínculos afetivos e a formação de uma identidade de grupo.

Os participantes serão estimulados a criar os Bonecos a partir de suas próprias referencias e vivências, bem como serão livres para expressar suas ideias e criatividade quando da elaboração das peças que serão, ao final, costuradas num único espetáculo coletivo.

A Oficina propõe os seguintes passos:

1º Passo: Promover uma interação entre os participantes, permitindo que eles se sintam parte de um grupo, se conheçam, gerem laços de afetividade;

2º Passo: Formação teórica articulada com a prática, considerando as habilidades de cada um e colaborando para que estes superem dificuldades surgidas durante o processo. Cada participante elaborará e criará um boneco. Tranversalmente, serão refletidos com os participantes as Convergências do Teatro de Bonecos com outras linguagens artísticas e com temas sociais, como Educação, Saúde, Ecologia e Defesa dos Direitos Humanos e da Cidadania.

3º Passo: Elaboração de pequenas peças, em subgrupos;

4º Passo: DESAFIO! Construir um único e elaborado espetáculo com Teatro de Bonecos, a ser apresentado à comunidade, costurando as diversas peças criadas no momento anterior.


CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DAS ATIVIDADES:

Estações Teóricas - Reflexão

- O que é Teatro de Animação
- Características do Teatro de Animação
- Classificação do Teatro de Animação no Universo das Artes
- Vertentes do Teatro de Animação: Bonecos, Objetos e Máscaras
- Tipos do Teatro de Animação
- O Boneco: Uma Relação Triangular – Quem Manipula Quem?
- História do Teatro de Animação
- Os Títeres no Mundo Contemporâneo
- Bonecos no Brasil
- O Teatro Popular de Bonecos do Nordeste do Brasil: Mamulengo, Babau, João Redondo, Cassimiro Coco.
- O Artista Bonequeiro – Profissão, Carreira e Organização (UNIMA)
- Cultura: Um Direito Humano Fundamental

Estações Práticas – Oficina

- Os Materiais
- Técnicas de Confecção: Modelagem, Personalização, Figurino, Mecanismos
- Personagens: Criação e Características
- O Espaço Cênico no Teatro de Bonecos
- Composição de Textos de Teatro de Bonecos
- Dramaturgia com Teatro de Bonecos
- Convergências do Teatro de Bonecos: Educação, Promoção da Saúde, Defesa dos Direitos Humanos, Boas Práticas e Ecologia
- Convergências do Boneco com outras linguagens artísticas, como o Vídeo, a Fotografia, a Música, a Tradição Oral e a Literatura.
- Teatro na Comunidade

JUSTIFICATIVA:

O Projeto FUZUÊ – OFICINA DE EXPERIMENTAÇÃO E PRODUÇÃO TEATRAL COM BONECOS (MAMULENGOS) é uma proposta de oficina, experimentação e produção com Teatro de Bonecos, que pretende culminar com a montagem coletiva de um espetáculo lúdico nesta linguagem teatral.

O Teatro de Bonecos[2] é uma maravilhosa modalidade de artes cênicas, difundida no mundo inteiro e que encontra no Nordeste Brasileiro algumas expressões bastante significativas, como o Mamulengo (Pernambuco e Alagoas). No Piauí, Maranhão e Ceará, o personagem mais conhecido é o Cassimiro Coco, que encanta e diverte o povo desde o século passado, quando os "botadores de cassimira" viajavam por trilhas empoeiradas nos lombos de burros, ou navegavam o Parnaíba apresentando-se nas comunidades ribeirinhas, fascinando adultos e crianças.

Entretanto, é certo também que é uma manifestação cultural carente de apoio e pesquisa específica que gere seu fortalecimento.

No mundo de hoje o teatro de bonecos enfrenta grandes dificuldades, ao lado de grandes oportunidades.

As plateias dos espetáculos folclóricos tradicionais praticamente desapareceram. O teatro de bonecos é cada vez mais considerado uma atividade voltada para as crianças. Trata-se, sem dúvida, de uma linguagem que entusiasma as crianças, e, na história geral do teatro infantil, o teatro de bonecos tem papel importante. Alguns grupos se contentam em representar apenas para crianças. Mas outros desejam produzir também para uma plateia adulta, que tende a não se interessar por bonecos. No Ocidente, nenhum grupo consegue sobreviver com um repertório exclusivamente adulto. Mesmo as companhias que fazem espetáculos para crianças enfrentam grandes dificuldades econômicas devido ao número reduzido de espectadores que pode ser atingido nas apresentações de bonecos e ao baixo preço que se tem de cobrar pelo ingresso das crianças. Se algumas companhias continuam apresentando espetáculos de qualidade, é por dedicação à arte.

Ainda são poucos os artistas de teatro que optaram radicalmente pela pesquisa e produção com teatro de bonecos e, especialmente no Nordeste, acredito que faltam projetos de incentivos à produção, formação e pesquisa específicas nesta área.

Como artista de teatro e arte-educador, optei por direcionar meu trabalho para a pesquisa, formação e difusão do teatro de animação, especialmente o Boneco, o nosso Boneco Brasileiro – o Mamulengo. E como educador popular, com histórico de atuação em ONGs e Movimentos Sociais, descobri no teatro de animação um inesgotável manancial de democratização de informações, educação popular e de difusão cultural.

Foi acreditando neste potencial que fui elaborando e testando um processo de formação que não apenas valorizasse o teatro de animação como arte em si; mas com a sua utilização, de forma instrumental e pedagógica, em processos de educação popular e formação para a cidadania. Nasceu o Projeto “Fuzuê – O Teatro de Animação e suas Convergencias na Comunidade”.

Eis os aspectos mais inovadores da proposta:

- DEMOCRATIZAR O ACESSO AO TEATRO DE ANIMAÇÃO, como uma arte acessível a todos e todas, seja na técnica da confecção, seja nos processos de construção de personagens, histórias e peças, valorizando e contribuindo para sua sobrevivência como manifestação cultural. Todos podem fazer e apreciar!

- USO PEDAGÓGICO DO TEATRO DE ANIMAÇÃO, como instrumento de educação escolar ou de educação popular na comunidade. Desta forma, estudantes, educadores, comunicadores, profissionais de saúde e lideranças terão à sua disposição um poderoso e atraente meio de formação, expressão e comunicação.

- ESTÉTICA: Criação de Bonecos de tipos diversos (luva, fio, manipulação direta, etc) tendo como base a fisionomia e o espírito do Teatro Popular de Bonecos do Nordeste do Brasil.

O projeto é importante porque democratiza para o público o acesso ao Teatro, e de forma especial, nesta linguagem encantadora que é o Teatro de Bonecos.

O Proponente é artista bonequeiro, natural do Piauí, e circulou o Nordeste com um projeto de oficina de formação de lideranças e jovens nesta linguagem. Reside em Porto Alegre – RS desde 08 de Janeiro/ 2013, onde executa o Projeto “Fuzuê – O Teatro de Animação e Suas Convergências na Comunidade/ Interações Estéticas” com o Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo, no Bairro Cristal. Para conhecer este trabalho, acesse: www.fuzue-rede-animada.blogspot.com

PÚBLICO-ALVO:
Público a que se destina: jovens e adultos, a partir de 15 anos. Máximo de 20 participantes.

ATIVIDADE DE ENCERRAMENTO:
Apresentação Teatral, elaborada coletivamente pelos participantes. Também será feito, concomitantemente, uma Mostra do processo de criação, através da exposição de fotos e materiais utilizados na Oficina, permitindo ao público conhecer o resultado da Oficina “por fora” – a peça, e “por dentro” – o processo de elaboração.

QUANTIDADE DE PARTICIPANTES: 20

ESPAÇO IDEAL: Sala com cadeiras para todos os participantes (20 lugares) ou pode-se sentar no chão (ideal).

MATERIAL NECESSÁRIO: Projetor de slides (data show) e espaço para projeção; Mesa de trabalho ou bancada; Papelão, Jornais velhos em grande quantidade. OBSERVAÇÃO: Os demais materiais e equipamentos necessários para a realização da Oficina correm por conta do facilitador.


[1] Com o objetivo de promover a salvaguarda dessa linguagem artística, sobretudo a memória dos mestres mamulengueiros a fim de que essa arte seja preservada, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Universidade de Brasília (UnB) estão concluindo processo de registro do Teatro de Bonecos Popular do Nordeste – que inclui os tipos Mamulengo, Babau, João Redondo e Cassimiro Coco – para que se torne Patrimônio Cultural Imaterial.
[2] Ao nosso ver, espécie do gênero “Teatro de Animação” ou “Teatro do Inanimado”, uma vez que nem todas as modalidades contemplam a figura do “boneco” ou “títere” físico, como por exemplo o “Teatro de Luz e Sombras”.

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