terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Encerramento da Oficina de Teatro de Sombras: Convergencias e Transformações


Hoje, 15/12, deu-se o encerramento da oficina de Teatro de Sombras "Convergências e Transformações", realizada pela Descentralização da Cultura (Secretaria da Cultura de Porto Alegre), em parceria com a Casa de Nazaré e o Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo (Região Cristal, Porto Alegre, RS).



Os oficinandos da Casa de Nazaré fizeram uma visita aos espaços do Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo, onde foram recebidos pela equipe da casa e apresentados a seus espaços. Na ocasião, a turma fez a apresentação do seu trabalho de teatro de sombras, intitulado "Água Dourada" e receberam os certificados de conclusão da oficina. Também puderam conhecer especialmente o ateliê do Núcleo de Teatro de Animação do Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo, as áreas verdes da casa e ficaram encantados com a "casa tierra", um espaço bioconstruído que que abriga reuniões, os encontros do Coletivo Sopapo de Mulheres e, futuramente, a rádio comunitária do Quilombo do Sopapo. 

Ao final, o oficineiro também presenteou a turma com um quadro, com o registro das silhuetas de cada um, realizado no primeiro encontro da oficina.

A oficina foi ministrada pelo artista bonequeiro Leandro Silva, de 26 de agosto a 15 de dezembro de 2015, com uma proposta de celebrar o Ano Internacional da Luz (2015), a partir de uma oficina lúdica, intuitiva e autogestionária da descoberta da sombra e luz e suas possibilidades poéticas, estéticas e expressivas.

Foi um lindo encontro entre a gurizada atendida pela Casa de Nazaré com o espaço vivo e pulsante do Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo, mediada pelo mistério do Teatro de Sombras e Luz.



Agradecemos ao Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo e à Casa de Nazaré pela parceria na realização da Oficina de Teatro de Sombras e ao projeto de Descentralização da Cultura por acolher esta proposta.

Fotos de Diane Barros, Cristina Nascimento e Oscar Luz (Equipe Quilombo do Sopapo)

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

É difícil produzir cultura? E se falamos de cultura negra?


Assine o abaixo assinado: https://www.change.org/p/funarte-queremos-receber-o-dinheiro-da-bolsa-funarte-para-artistas-e-produtores-negros

A Funarte Fundação Nacional de Artes lançou, no dia 25 de agosto de 2014, o edital Bolsa de Fomento aos Artistas e Produtores Negros com o objetivo era  proporcionar aos produtores  e  artistas  negros  e  negras  mais oportunidades de viabilização de produções  artísticas.  Porém,  o  edital  vem  sofrendo  constantes atrasos,  ameaçando a possibilidade dos contemplados de concretizaram  seus projetos. 

Além da publicação do resultado final, que ocorreu apenas no dia 30 de  setembro de 2015, sendo divulgada com mais de seis meses de atraso, a transferência da verba para execução dos projetos  encontra-se  bloqueada,  embora  o  repasse  já  tenha  sido  feito  do Ministério da Cultura para  a  Funarte,   no montante de R$ 4 milhões (anexo I, II, II e IV),  oriundos do Fundo Nacional  de  Cultura  (FNC). 

Chama-se atenção para o fato de que  a  ausência  do  negro no cenário cultural  revela  a exclusão  da  cultura  negra  em uma sociedade comprovadamente racista, como é a brasileira. Considerando esse fato, a  Bolsa  de  Fomento  aos Artistas  e  Produtores  Negros  torna-se  um  instrumento de extrema importância  para o  acesso  do  negro  às produções culturais.
Os 45 projetos selecionados dos 1743  inscritos promovem reflexão,  pesquisa  e criação de  linguagem  nas artes e a preservação da memória. Segundo o edital, a seleção deveria distribuir as verbas em três módulos: A com 15 prêmios de R$ 150 mil; B com 12 prêmios de R$ 80 mil; e C com 18 prêmios de R$ 30  mil,  para  os  proponentes  autodeclarados  negros  (pretos  e  pardos,  de  acordo  com  o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE).

O não repasse dos valores referidos, além a ameaça da realocação da verba destinada a este edital para outros projetos também ferem material e moralmente a imensurável luta dos últimos anos realizadas pelas comunidades negras. Luta esta em conformidade com o Plano Nacional de Cultura (Lei 12.343/2010), especialmente no que se refere aos programas de reconhecimento, preservação, fomento e difusão do patrimônio e da expressão cultural dos negros e dos grupos sujeitos à discriminação e marginalização. Sem contar que esta luta também está de acordo com o Estatuto da Igualdade Racial (Lei 12.288/2010), que estabelece em seu artigo 4º, incisos IV e VI, a promoção de ajustes normativos para aperfeiçoar o combate à discriminação e às desigualdades étnicas e a implementação de incentivos e critérios de condicionamento e prioridade no acesso aos recursos públicos.

Tudo  isso  causa  prejuízos  para  todos os artistas envolvidos nos projetos, bem como para a cultura, que já tem outras tantas enormes  dificuldades a serem enfrentadas. Além disso considera-se as  necessidades básicas dos artistas envolvidos. Cidadãos brasileiros afrodescendentes, oriundos dos mais diversos contextos e realidades do país, de localidades urbanas a rurais, que  comprometeram suas agendas com um trabalho com remuneração garantida por um edital elaborado por um órgão do governo. Artistas que se empenharam na  elaboração  de  uma  série  de  projetos  de amplo alcance sociocultural.